isto foi algo que escrevi no terceiro período deste ano escolar. estava completamente desmotivada e isto foi o meu enorme desabafo.
A turbulência despista-me. Irrita-me. Faz-me bem chorar mas
os soluços tiram-me o ar.
Perguntei-me a minha vida toda qual o meu lugar no Mundo.
Imaginei-me determinada, racional e bem sucedida. Imaginei-me em grandes
feitos, grandes amizades, a acender esperanças com o calor do meu coração.
Imaginei-me valorizada. Imaginei-me com valor.
Olho para trás e vejo tormentos e lágrimas incontáveis…
Pergunto-me tanta vez se sentes orgulho em mim, avô. Tantas
vezes te vi, ouvi e senti e achava tudo tão banal. Achava que era eterno.
Levei a minha vida a tentar orgulhar toda a gente: os meus
amigos, os meus pais, o meu irmão e a restante família. Esforcei-me e
esforço-me por o fazer de uma maneira intensa. Tento sempre agradar, apoiar e acarinhá-los
a todos. Mas será que me esqueci de me orgulhar a mim mesma?
Não me sinto com valor nem merecedora de qualquer tipo de
congratulação. Sinto-me cheia de defeitos, incertezas e perguntas. Incapaz e inútil
são dois dos adjectivos que ecoam na minha mente, repetidamente, e num volume
elevado.
Orgulhei-te, a ti e à avó, o suficiente? Neste momento de
fraqueza era tudo o que precisava de ouvir.
Porquê, avô? Porquê?
Será a minha falta de orgulho próprio que me impede de ter a confiança necessária
para fazer seja o que for? Será isto que não me deixa alcançar as minhas metas?
Por mais que me esforce e empenhe nunca é suficiente. Eu não
sou suficiente. Bloqueio e empanco, estaco e paro. Não consigo. Porquê?
Sinto que esperei demasiado de mim mesma, que coloquei a
minha fasquia demasiado alta.
Sou jovem mas sinto-me velha. Sinto que todas as minhas
memórias, pensamentos e vivências sobrelotam o meu corpo e me envelhecem por
dentro.
Será tudo aquilo presente no meu subconsciente o culpado
desta barreira no meu organismo?
Nunca escrever e questionar me pareceu tão em vão…
Onde quer que estejas, por favor, tem orgulho em mim e cuida
da avó. Diz-lhe que tenho muitas saudades dela e que sinto falta de ouvir o seu
riso e sentir os seus beijinhos tão característicos dela, duma grande mulher.
E, tu, avô, peço-te que nunca deixes de me ver como a tua
cara linda. Porque, mesmo não acreditando que me estás a ouvir agora, pensar
assim, nem que seja por segundos e secretamente, conforta-me. Por favor,
orgulha-te de mim. Orgulhem-se de mim.
Impressionou-me a alma que tu pões nas palavras, como se elas vivessem entre nós e o sangue delas fosse o nosso. É maravilhoso o teu desabafo e não te preocupes, a vida estende-te a passadeira um dia destes e tu orgulhas-te a ti mesma disso. Sermos quem somos é dificil, mas necessário, não desistas :)
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