Era pétala de uma flor
A espuma da noite rebentou-lhe no braço
Caiu de costas
Depois de frente
Caiu então com a morte a visitar-lhe os tornozelos
Segurou-se na mão que era o ar dos caracóis brancos
Girou as palmas para a luz
Perdeu-se nas nuvens pesadas
Era do céu
E foi da terra
Antes de fugir da madrugada
Tinha medo das sombras
Por ser frágil como o chão
E tombava
Na repetição
Da resina envenenada
O caule negro cobria-lhe
A existência de ternura
E era no medo de estar às escuras que sabia
Que ser-se flor
Não era doce
Mas amargura.
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