empurrei a bochecha às gotas de chuva
do outro lado da janela.
tive sede de nitidez
nunca percebendo que o quente
está no disforme da noite.
perdida nas vontades,
transfigurei-me para o certo
para o aceite
para o claro
esqueci as corridas da chuva
aos bocadinhos
como um espelho partido pela luz
fraca.
vi o dentro antes do fora,
que até vinha em primeiro e tudo,
como quem ganha os
concursos de beleza
sem nunca ser belo
(pelo menos quando se olha).
no derradeiro desafio de decidir
o que queremos de nós,
escolhi que gota merecia o primeiro lugar
e que gota merecia o último
como o início que é tanto
fim quanto o acabar da
Primavera.
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