o meu propósito

Nunca entendi o propósito da vida humana. Hoje em dia, num piscar de olhos, encontro mil pessoas que não têm um único propósito para viverem. Dir-me-iam: “Talvez tenham e tu não o saibas”.
Não. Encontro imensa gente, gente ignóbil, por completo; gente que estorva e estraga e no final ainda se digna a rir de quem tenta arranjar um sentido para isto a que chamam de vida.
Eu esforço-me. Ninguém poderá apagar o que se encontra dentro de mim e isso é algo que me conforta, para ser franca. Sei que me esforço. Esse dito esforço, ninguém mo poderá tirar. As coisas que sei, as minhas experiências, permanecerão intactas até alguma doença, ou mesmo a morte, mas tire. Mas nessa altura, já terei encontrado um propósito…
Sinto agora um enorme aperto que me deixa a imaginar uma dor excruciante; uma dor, que me faz enclavinhar as mãos, me abre os poros de uma maneira brusca, me deixa a traqueia esmagada e entupida. A dor da inutilidade.
Pergunto-me, tanta vez me pergunto… Irei mesmo encontrar um propósito? Queria poder escrever sobre coisas reais, sobre sentimentos vivos, ondulantes, quentes e de um carácter de conforto extremo.
Escrevo sobre o amor. E o que é o amor?
Escrevo sobre a liberdade. E, vivo eu, hipocritamente presa nesta terra pela qual nenhum tipo de amor sou capaz de nutrir.
Deixei de tentar desculpar-me. As desculpas de nada servem! Como eu disse, o que sei ninguém mo leva daqui. Nem mesmo a desculpa mais bem elaborada do Mundo…
Gostava de arranjar um propósito. Um propósito que me abraçasse e me dissesse que está tudo bem. Aquele tipo de propósito que nos deixa, flutuantes, de sorriso orelha a orelha, convictos de que não vale a pena sermos tão injustos connosco.
Esse propósito, que um dia me diria, com o tal sentimento macabro e assustador, a palavra que nos aveluda as inquietações. Amo-te.
Um sentido para a minha vida, que me beijasse as pálpebras com cuidado e entre um sorriso subtil me chamasse o mais ínfimo nome, com o maior dos carinhos do Mundo, e me levasse desta terra que tanto abomino. E melhor… desta realidade que nem por sombras gosto de observar.
Um acariciar de mãos que me aquecesse, fervendo até, o coração. Que me completasse, que me desse um sentido para acordar todos os dias. Diria, ao abrir os meus olhos, todas as manhãs: Hoje, vou amar. É isso que vou fazer hoje, amanhã e sempre… Amar. Amar, cuidar, merecer. Viver…
Quantas pessoas encontraram um propósito, digam-me de verdade. Quantas?
Medo é o que tenho. Medo de me sentir sempre assim tão inútil, como me sinto neste momento.
E o que sei, e nenhuma desculpa me serve de salvação à crua realidade que me assombra sempre que o digo, é que preciso de amor e de carinho, e que preciso de dar, ainda mais do que receber.

17 comentários:

  1. aw, mas é verdade, os teus textos tocam-me imenso *-*

    ResponderEliminar
  2. texto tão fofo *.*
    gostei do blog , sigo !

    ResponderEliminar
  3. é mesmo bom saber que é essa a tua opinião :3

    ResponderEliminar
  4. Obrigada pelo teu comentário querida (:
    Que 2012 seja óptimo!

    ResponderEliminar
  5. sabes , o motivo de viver de cada um somos nós que o escolhemos ! :)

    ResponderEliminar
  6. Gostei do teu blog, sigo-te (:
    Se quiseres passa pelo meu !

    ResponderEliminar
  7. Adorei completamente o teu blog!
    Sigo.te :)

    ResponderEliminar