reflexão

pergunto-me como seria eu se tivesse cedido. se tivesse tido uma educação igual à deles, se me tivesse embrenhado pelo meio, se tivesse muito menos cabeça do que tenho agora. seria eu? porque a mim não me parece que seria igual a eles... que ceder, fosse algo que eu faria. mas e se o fizesse? de corpo era, mas de alma não. de alma era nada, tal como eles o são, e tal como eu seria. mas, pergunto-me outra vez... seria eu? porque eu sou aquilo que penso. eu sou a forma como ajo, eu sou as minhas escolhas, os meus gostos, aquilo que faço. não, não seria eu. tal como eles não são mesmo eles, pelo menos a maior parte. são alguém que é outro alguém, com medo de ser um ninguém, no meio de tantos. bonecos de trapo guiados pelo poder, pela aceitação e pelo bem ver, aos olhos do resto. não são eles. são outra pessoa mais confiante, mais fria, mais distante. são outro alguém, com medo de serem eles mesmos, porque hoje em dia nada é pior que más bocas vindas de outrem. não é justo, muito menos faz sentido. mas sermos nós próprios, chega a tornar-se um autêntico perigo. eu sou eu. por aquilo que digo, pela forma como me afirmo e por não ter nenhum abrigo. não há conclusão possível. é assim. é assim e pronto.

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