Tinha saudades de ter o meu peito cheio de ti. De saber que não preciso de te ver para sorrir ao observar-te. De sentir-te sem te tocar. De ouvir-te no silêncio que me envolve. De te ver brilhar na escuridão imensa, enquanto me sopras ao ouvido coisas que jamais poderão ser repetidas.

Com o meu peito cheio de ti, não preciso sentir o teu olhar em mim para saber que estás comigo. Tu estás lá sempre.

Deixa-me imaginar-te. Preenche o meu peito com nada, desde que seja um nada só teu e meu. Delimita um fim do Mundo e incendeia o Oceano. E aqui vou eu outra vez… Deixas-me sonhar?

Com o barulho sem som do teu riso e com o pestanejar invisível dos teus olhos. Desde que seja um nada só nosso…

Deixas-me acreditar? Que um dia vou poder tocar nos teus lábios e senti-los apagarem os meus. Deixa-me desvanecer contigo! Sabes que consigo ver para além de sombras. Podíamos pintar-te com tintas cor de nada.

Posso perder o controlo mais uma vez? É que sabes, o meu peito continua cheio de ti. Cheio de nada.

Sem comentários:

Enviar um comentário